Uma jornada decolonial


A minha relação com a decolonialidade surgiu ano passado (2018) quando passei a fazer parte do DICITE. Em um primeiro momento, sem conhecer bem o que era quis evita-la. Mas foi questão de tempo até dar uma chance para ela, e hoje é um dos principais fundamentos e perspectivas da minha pesquisa. Por causa disso tive que fazer leituras e participar de várias discussões durante o percurso, para finalmente compreender o que seria essa decolonialidade e inclui-la na dissertação. Com o tempo acabo por me acostumar com essas leituras, principalmente pelas semelhanças entre elas. Isso trava meu avanço nas discussões. Felizmente tive oportunidade de avançar em alguns pontos.

A discussões que tivemos em aula me fez pensar vários aspectos que antes tinham passado despercebidos, e hoje estão inclusos nas análises que construo para a dissertação. Vou citar dois. O primeiro é a relação com a natureza. As discussões me fizeram refletir mais sobre a relação humano e natureza, como ela se configura a partir dos efeitos de colonialidade. E essa relação, da qual tardiamente me atentei, hoje se torna um ponto de destaque na minha pesquisa. O outro aspecto é a respeito dos corpos. Quando falam sobre os eixos da colonialidade, a do ser é a que menos se destaca. Mas com os debates em aula percebi o quão atrelada a falar sobre os corpos, silenciados e subalternizados, está essa colonialidade. Era o que me faltava para poder analisar as representações dos corpos nos quadrinhos (que são meu objeto de pesquisa).
Apenas por esses poucos pontos que destaquei é evidente como as leituras e discussões da disciplina foram fundamentais, não só para a pesquisa, mas para novas reflexões que levo para a vida e prática docente.
Pretendo em breve, voltar a escrever aqui relatando mais as relações entre corpos-quadrinhos e natureza-quadrinhos.
Kassiano Ferreira

Comentários

  1. Legal, Kassiano. Realmente a colonialidade do ser parece ficar um pouco à reboque nas discussões sobre a colonialidade do poder. A aula em que conversamos sobre os corpos me marcou muito. Mexeu com questões subjetivas minhas que nunca tinha me dado conta. Tô ansiosa para ver como vai ficar esse relato sobre corpos, natureza e quadrinhos! Bjs

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