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É tempo de escrita. Sistematizar as reflexões produzidas a partir da disciplina e, mais que isso, estabelecer relações, potencializar outros pensamentos, narrativas e possibilidades de (re)ver a mim mesmo sempre foi um movimento que percebi. Este texto, em alguma medida, faz isso.

Ao longo da minha trajetória como professor de Biologia, que em abril de 2019 completou 12 anos, em diversos espaços educativos me percebi construindo uma identidade docente. Que mudou, e mudou novamente, e outra vez, e de novo... Um constante (re)pensar naquilo que eu acreditava e fazia. Eis que ao longo desse processo me questiono se - de fato - aquilo que eu desenvolvia em aula era mesmo Biologia.

Foi então que ao encontrar os estudos decoloniais eu consegui (re)conhecer aquilo que estava fazendo a partir de um suporte teórico. Pensar a partir de um ensino outro, que pensa o ensino de Biologia desde outro ponto de partida parece ter potencial, no meu entender, para contribuir em questões que julgo centrais na Educação: como a alteridade, o acolhimento e a construção de propostas de subvertam a lógica excludente na qual diversos grupos sociais estão submetidos todos os dias.

Um exemplo disso é a prática que desenvolvemos na turma 103, na Escola de Educação Básica Dom Jaime de Barros Câmara, no dia 09/07/2019 (utilizo aqui o plural porque penso que as práticas pedagógicas que participo são sempre coletivas, realizadas por diversas pessoas, não apenas por mim). A proposta tinha como objetivo debater a respeito da in/exclusão de pessoas com deficiência (PcD). Nesse sentido, pensamos a partir da vivência sobre como seria chegar em uma escola nova, na condição de PcD. 

E foi a partir desse ponto que tivemos na turma o ingresso de uma estudante portadora de surdez, um com deficiência visual e um cadeirante. A proposta foi viver na pele dessas pessoas para nos fazer pensar sobre como a condição "normal" na qual estamos inseridas promove processos de exclusão. E, com isso, (re)pensar sobre as nossas posturas, sobre a forma como estruturamos nossas casas, escolas e demais lugares públicos e/ou privados. 


Figura: turma 103 (re)conhecendo o espaço da EEB Dom Jaime de Barros Câmara.



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